Noções de probabilidade aplicadas à genética
Acredita-se que um dos motivos para as idéias de
Mendel permanecerem incompreendidas durante mais de 3 décadas foi o
raciocínio matemático que continham. Mendel partiu do princípio que a
formação dos gametas seguia as leis da probabilidade, no tocante a
distribuição dos fatores.
Princípios básicos de probabilidade
Probabilidade é a chance que um evento tem de
ocorrer, entre dois ou mais eventos possíveis. Por exemplo, ao lançarmos
uma moeda, qual a chance dela cair com a face “cara” voltada para cima?
E em um baralho de 52 cartas, qual a chance de ser sorteada uma carta
do naipe ouros?
Eventos aleatórios
Eventos como obter “cara” ao lançar uma moeda,
sortear um “ás” de ouros do baralho, ou obter “face 6” ao jogar um dado
são denominados eventos aleatórios (do latim alea, sorte) porque cada um deles tem a mesma chance de ocorrer em relação a seus respectivos eventos alternativos.
Veja a seguir as probabilidades de ocorrência
de alguns eventos aleatórios. Tente explicar por que cada um deles
ocorre com a probabilidade indicada.
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- A probabilidade de sortear uma carta de espadas de um baralho de 52 cartas é de ¼
- A probabilidade de sortear um rei qualquer de um baralho de 52 cartas é de 1/13.
- A probabilidade de sortear o rei de espadas de um baralho de 52 cartas é de 1/52.
A formação de um determinado tipo de gameta, com um
outro alelo de um par de genes, também é um evento aleatório. Um
indivíduo heterozigoto Aa tem a mesma probabilidade de formar gametas portadores do alelo A do que de formar gametas com o alelo a (1/2 A: 1/2 a).
Eventos independentes
Quando a ocorrência de um evento não afeta a
probabilidade de ocorrência de um outro, fala-se em eventos
independentes. Por exemplo, ao lançar várias moedas ao mesmo tempo, ou
uma mesma moeda várias vezes consecutivas, um resultado não interfere
nos outros. Por isso, cada resultado é um evento independente do outro.
Da mesma maneira, o nascimento de uma criança com um
determinado fenótipo é um evento independente em relação ao nascimento
de outros filhos do mesmo casal. Por exemplo, imagine uma casal que já
teve dois filhos homens; qual a probabilidade que uma terceira criança
seja do sexo feminino? Uma vez que a formação de cada filho é um evento
independente, a chance de nascer uma menina, supondo que homens e
mulheres nasçam com a mesma freqüência, é 1/2 ou 50%, como em qualquer
nascimento.
A regra do “e”
A teoria das probabilidades diz que
a probabilidade de dois ou mais eventos independentes ocorrerem
conjuntamente é igual ao produto das probabilidades de ocorrerem
separadamente. Esse princípio é conhecido popularmente como regra do “e”, pois corresponde a pergunta: qual a probabilidade de ocorrer um evento E outro, simultaneamente?
Suponha que você jogue uma moeda
duas vezes. Qual a probabilidade de obter duas “caras”, ou seja, “cara”
no primeiro lançamento e “cara” no segundo? A chance de ocorrer “cara”
na primeira jogada é, como já vimos, igual a ½; a chance de ocorrer
“cara” na segunda jogada também é igual a1/2. Assim a probabilidade
desses dois eventos ocorrer conjuntamente é 1/2 X 1/2 = 1/4.
No lançamento simultâneo de três dados, qual a
probabilidade de sortear “face 6” em todos? A chance de ocorrer “face 6”
em cada dado é igual a 1/6. Portanto a probabilidade de ocorrer “face
6” nos três dados é 1/6 X 1/6 X 1/6 = 1/216. Isso quer dizer que a
obtenção de três “faces 6” simultâneas se repetirá, em média, 1 a cada
216 jogadas.
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A regra do “ou”
Outro princípio de probabilidade diz que a ocorrência de dois eventos que se excluem mutuamente é igual à soma das probabilidades com que cada evento ocorre. Esse princípio é conhecido popularmente como regra do “ou”, pois corresponde à pergunta: qual é a probabilidade de ocorrer um evento OU outro?
Por exemplo, a probabilidade de
obter “cara” ou “coroa”, ao lançarmos uma moeda, é igual a 1, porque
representa a probabilidade de ocorrer “cara” somada à probabilidade de
ocorrer “coroa” (1/2 + 1/2 =1). Para calcular a probabilidade de obter
“face 1” ou “face 6” no lançamento de um dado, basta somar as
probabilidades de cada evento: 1/6 + 1/6 = 2/6.
Em certos casos precisamos aplicar tanto a
regra do “e” como a regra do “ou” em nossos cálculos de probabilidade.
Por exemplo, no lançamento de duas moedas, qual a probabilidade de se
obter “cara” em uma delas e “coroa” na outra? Para ocorrer “cara” na
primeira moeda E “coroa” na segunda, OU
“coroa” na primeira e “cara” na segunda. Assim nesse caso se aplica a
regra do “e” combinada a regra do “ou”. A probabilidade de ocorrer
“cara” E “coroa” (1/2 X 1/2 = 1/4) OU “coroa” e “cara” (1/2 X 1/2 = 1/4)
é igual a 1/2 (1/4 + 1/4).
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Nota 6, valendo 7 pois ainda faltam conteúdos.
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